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quarta-feira, 30 de maio de 2007

Há algo de podre no Reino da Dinamarca

Quando menino sempre ouvia os mais velhos dizerem esta expressão. Hoje, com certeza, esta expressão em desuso, estaria mais apropriada ao nosso reino Brasil. Não passa uma semana em que não aparece um escândalo de homens públicos na mídia. A última é esta do presidente do senado Renan Calheiros, segundo a revista VEJA de ter recebido favores pecuniários de Cláudio Gontijo, funcionário ou “lobista” da empreiteira Mendes Jr., ao efetuar pagamentos relativos à pensão que o senador pagou a uma jornalista em função de ter uma filha com esta.
Assisti pela TV as explicações do senador ao Senado, seus informes sobre documentos de comprovação de pagamentos e que Cláudio Gontijo era seu amigo de mais de 20 anos e que este somente intermediou junto à jornalista, prestando um favor entre as partes de quem era amigo. Foi meia verdade, pois o senador não apresentou em seu discurso a comprovação de todos os pagamentos. Para quem estava assistindo, como eu, estava claro que toda a verdade não estava sendo dita. O senador usou o expediente de repetir várias vezes a mesma coisa tal como “não fugir às minhas responsabilidades”. No dia seguinte, assediado pelos repórteres o senador afirmou que não tem como comprovar os valores antes de dezembro de 2005.
Coincidentemente, estes valores são mais vultuosos comparando com aqueles comprováveis. Por que será? Cabe ao senador explicar (sempre o benefício da dúvida). Agora, em seguida o líder do governo Romero Jucá (PMDB), vem a público dizer que tudo está explicado e que o fato está encerrado. Foi patético. Por que será que está encerrado? Qual a autoridade deste parlamentar? Mais um vidro de peroba a ser vendido na praça. Cabe a policia federal investigar e o Conselho de Ética apurar se houve quebra de decoro. Mais sensatos foram o senador Pedro Simon, (PMDB) e o senador Evaristo (PDT) que acham que o senador Renan Calheiros deveria se licenciar do cargo de presidente até tudo ser esclarecido e evitar constrangimentos para a classe parlamentar. Em outros países e noutros tempos só o fato do sujeito ter filho fora do casamento já era suficiente para renunciar ao mandato, por vergonha e até o suicidio. Mas para a maioria dos parlamentares está tudo normal. E assim, de normalidade em normalidade tudo vai caminhando para o brejo. Enquanto isso no reino da Dinamarca, epa... no Brasil, algo de podre está cheirando no ar. Quem será que vai nos salvar? Hamlet? Até nosso próximo escândalo.

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