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quinta-feira, 19 de abril de 2007

O EFEITO ESTUFA


Semana passada, meu antigo colega, Osaka Yamashita, me chamou pelo skype. Adicionei-o à minha lista de contatos - não depois de certificar-me surpreso de quem se tratava, pois havia quase 40 anos que não falava com o mesmo. De imediato, num inglês incompreensível, entrou em contato. Pedi-lhe que comunicasse pelo chat do skype. Colocamos a webcam para funcionar e ele estranhou minha careca. E eu nem o reconheci porque não guardava mais suas feições. Falamos de nossas atividades profissionais e de nossas vidas. Ele mora no Japão, em Nagasaki, com a mulher. Seu único filho mora em Seattle, nos Estados Unidos. Sua família hoje é de apenas 12 membros contando com ele e a mulher. São 2 irmãos viúvos, uma irmã casada e seu marido e 5 sobrinhos. O motivo dele procurar-me após tanto tempo: mudar com toda a família para o Brasil. E o mais impressionante: segundo ele, grande parte do Japão vai naufragar porque o oceano subirá com o efeito estufa.
Conheci Yamashita em New York, quando estudava no Latin American Institute no verão do ano de 1969. Ele era um dos meus colegas estrangeiros mais falantes e como todo japonês adorava tirar retratos. Depois do impacto de falar com uma pessoa que jamais imaginaria encontrar de novo, fiz uma reflexão sobre o "efeito estufa". Já imaginaram, quantos japoneses vão querer morar no Brasil? E o país, está preparado para receber tanta gente? E não só de japoneses mas todos aqueles que deverão refugiar-se por algum motivo.
Poucos dias depois, a ONU marcou uma Assembleia para analisar o efeito estufa global. A China e a Rússia, grandes países provocadores do efeito estufa junto com os Estados Unidos protestaram dizendo que a entidade internacional serviria somente para promover a paz entre as nações. A preocupação da ONU é legítima. Quem garante que haverá paz entre as nações quando milhares de imigrantes cruzarão as fronteiras, fugindo da fome, seca, inundações entre outros males que o clima provocará?
Bem, Yamashita não irá esperar e já resolveu. E você? Está preparado para receber algum imigrante na sua casa? Mas sossegue, ainda não há uma invasão japonesa. Yamahita é meu amigo fictício. Meu amigo japonês não tem este nome. Mas poderia sê-lo. Se conseguirmos viver mais duas décadas, certamente, presenciaremos esses acontecimentos se nada for feito. Enquanto isso, la nave va...

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